POEMA

06/04/2021By Administrador0 Comments1 Minutes

 

El nostre soci Francesc Lleal ens envia aquest bonic poema que esperem us agradi

 

Sou barco de vela e remo

sou vagabundo do mar.

Não tenho escala marcada

nem hora para chegar:

é tudo conforme o vento,

tudo conforme a maré…

Muitas vezes acontece largar o rumo tomado

da praia para onde ia…

Foi o vento que virou?

foi o mar que enraiveceu

e não há porto de abrigo?

ou foi a minha vontade

de vagabundo do mar?

Sei lá.

Fosse o que fosse

não tenho rota marcada

ando ao sabor da maré.

É por isso, meus amigos,

que a tempestade da Vida

me apanhou no alto mar.

E agora

queira, ou não queira

cara alegre e braço forte:

estou no meu posto a lutar!

Se for ao fundo acabou-se.

Estas coisas acontecem

aos vagabundos do mar.

Manuel da Fonseca (Santiago de Cacém, 15/10/1911-11/3/1993)

Poeta, romancista, contista e cronista, membro do Grupo Novo Cancioneiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores.